Atenção você que vai para a Alemanha !
As autoridades alemãs alegam que o surto causado por uma perigosa variante da bactéria Escherichia coli, que já provocou alguns mortos, teve origem em pepinos importados da Espanha e comercializados no mercado central de Hamburgo.
Caso se confirme, efectivamente, que a origem das infecções está em pepinos provenientes da Espanha, a Comissão Europeia (CE) acionará o sistema de alerta rápido da União Europeia (EU) de alimentos. No entanto, para a CE, o surto infeccioso com a bactéria intestinal agressiva apenas afeta a Alemanha.
Segundo dados oficiais, a estirpe da bactéria Escherichia coli que se revela resistente a antibióticos, já infectou outras 600, incluindo vários suecos que visitavam a Alemanha.
Em conferência de imprensa, a senadora da Saúde do Estado de Hamburgo, Cornelia Prüfer-Storcks, afirmou que os resultados das análises bacteriológicas indicam que a origem da infecção com a bactéria está em pepinos espanhóis comercializados no mercado central de Hamburgo.
A responsável ressalvou que as análises realizadas apenas se limitam à cidade-estado de Hamburgo, admitindo que outros alimentos, além de pepinos, possam também ter desencadeado a infecção.
O foco infeccioso foi detectado após a realização de análises a quatro pepinos escolhidos aleatoriamente entre os legumes à venda no mercado central de Hamburgo, dos quais três eram espanhóis, um deles de agricultura biológica. As autoridades desconhecem a origem de cultivo do quarto pepino.
A Federação Espanhola de Produtores e Exportadores de Frutas e Hortaliças assegurou que, «em princípio, não existe nenhuma constatação oficial» de que um carregamento de pepinos espanhóis tenha causado um surto infeccioso na Alemanha.
Fonte: ANCIPA com Qualfood
O Site g1.com também publicou uma matéria, a qual pode ser lida abaixo:
A Rússia proibiu nesta segunda-feira a importação de alguns tipos de vegetais comestíveis da Alemanha e da Espanha, incluindo pepinos e tomates, por causa de um surto de infecções provocado por uma variedade da bactéria Escheridia coli em partes da Europa.
A decisão russa foi anunciada após o pedido do governo alemão para que a população não coma pepinos até que os cientistas consigam identificar a origem da bactéria, que já matou 14 pessoas no país.
Acredita-se que a fonte da infecção sejam pepinos contaminados que foram importados da Espanha e depois enviados da Alemanha para outros países europeus, mas isso ainda terá que ser confirmado por testes.
Cientistas suspeitam que pepinos, tomates e alface possam ter espalhado a bactéria, mas até agora apenas amostras de pepinos analisados em Hamburgo, na Alemanha, tiveram a contaminação constatada.
Até o momento, 1,2 mil casos confirmados ou suspeitos de infecções pela E. coli foram registrados na Alemanha, e centenas de pessoas também foram infectadas na Suécia, Dinamarca, Holanda e Grã-Bretanha.
Contaminação
Na maior parte dos casos, uma infecção gastrointestinal causada pela bactéria desencadeou a chamada Síndrome Hemolítico-Urêmica (SHU) nas pessoas contaminadas.
A síndrome leva a problemas nos rins e pode matar. A ocorrência de SHU nos pacientes surpreendeu os pesquisadores porque, normalmente, a doença afeta crianças com menos de cinco anos de idade.
Mas, no caso alemão, 90% dos pacientes são adultos e dois terços são mulheres, segundo o correspondente da BBC em Berlim Stephen Evans.
Segundo fontes oficiais, o ministro da Saúde alemão, Daniel Bahr, está se preparando para uma reunião de emergência com a ministra de Assuntos do Consumidor, Ilse Aigner, e com representantes de Estados alemães para discutir a situação.
O Centro Europeu para a Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês), com sede na Suécia, disse que o surto de SHU é "um dos maiores que já foram registrados no mundo e o maior já registrado na Alemanha".
No caso da Alemanha, a doença parece estar sendo causada por uma variedade da E. coli que produz uma toxina específica que destrói hemácias (células vermelhas do sangue) e provoca insuficiência renal.
A E. coli se propaga principalmente pela comida, pela água contaminada ou pelo contado com animais doentes.
Os sintomas típicos da infecção pela bactéria são febre moderada e vômito. Em alguns casos, há diarreia com sangue nas fezes.
A maioria dos pacientes se recupera em cerca de sete dias, mas uma parcela deles pode desenvolver a Síndrome Hemolítico-Urêmica.
Nos casos mais severos, a síndrome provoca convulsões e problemas graves no sistema nervoso.
Especialistas alemães disseram que mais mortes deverão ocorrer na Alemanha, uma vez que 30 pessoas infectadas já perderam suas funções renais.
Teme-se também que aumente o número de casos de infecção pela bactéria, já que são necessários dez dias para que os sintomas apareçam.
Recolhendo produtos
Em meio ao pânico gerado pelo surto infeccioso, autoridades na República Tcheca, Áustria e França recolheram alguns pepinos espanhóis das lojas.
A Áustria proibiu a venda de pepinos, tomates e berinjelas importadas da Alemanha.
Oficiais tchecos disseram também que pepinos contaminados podem ter sido exportados para Hungria e Luxemburgo.
Até o momento, suspeita-se que pepinos orgânicos espanhóis exportados para outros países europeus pela Alemanha ou diretamente pela Espanha, tenham desencadeado o surto infeccioso.
Segundo um porta-voz da União Europeia (UE), duas fazendas espanholas identificadas como possíveis fontes do surto infeccioso foram fechadas e estão sob investigação.
Mas as autoridades espanholas disseram que a UE não deve se apressar em culpar os produtores da região.
"Você não pode atribuir a origem desta doença à Espanha", disse em Bruxelas Diego López Garrido, secretário de Estado da Espanha para Assuntos Europeus.
"Não há provas e é por isso que vamos exigir que aqueles que culparam a Espanha por essa questão respondam por seus atos".
A conselheira de agricultura e pesca da região da Andaluzia, no sul da Espanha, Clara Aguilera, disse que o pânico em relação aos pepinos espanhóis está prejudicando o setor agrário do país.
"Não sei por que é interessante para as pessoas ficarem contra a Espanha, contra a Andaluzia. Espero que não tenha a ver com interesses comerciais e que não continue. O dano provocado aqui é irreversível", disse."
a província de Almeria, no sudeste do país, plantações de pepinos estão sendo destruídas. "